quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Aracnofobia

Teces-me, como aranha que
gira e roda à volta da sua teia
na tentativa de encontrar...
Perfeição.
então eu rasgo-me com as unhas em sangue.
Já é tempo de não ser quem queres
já é espaço suficiente aquele que te ofereci.
Parecem agulhas.
agulhas envoltas na suavidade daquilo que nunca foste
naquilo que fiz de ti
"hoje sou melhor porque te conheci"
Eu sei.
Fiz de ti parte do que és
na tentativa de não te tornares nessa
viúva negra que apenas tece
e tece novamente essa mesma teia vezes sem conta.
Agora cais na tua própria armadilha
Eu não fiquei para ver.
Estava demasiado rasgada.
Fui eu quem te largou
Mais que terminares eu pus um fim
com as minhas unhas em sangue.
Não fiquei para ver.
Hoje as unhas não sangram
Não preciso rasgar-me mais
A pouco as feridas saram
A punho o tempo não dói
A tua teia não me reveste
Já não sou presa
e as aranhas já não me metem medo.

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