segunda-feira, 20 de abril de 2015

Barriga cheia

Na volúvel ansiedade mórbida do ser
Cumpabilizam-se aqueles que...
Por momentos ineterruptos deixamos de ter.
Fossa lá junto da inexistência
As coisas que um dia tememos
Percebemos então a diferença na intensidade
E perdemos a pouco e pouca a...
Intencionalidade.
Julgam-se reis aqueles que por aqui nunca passsaram
Imperadores do impróprio consumo humano
Sabem-se lá ser gentes
Quando nem a sequência sentimental permitem atingir.
Aborrecem-me no fundo.
Por não entenderem, não chegarem ao ponto onde espero que estejam
Selem-se os tempos em eufemismos baratos
Para que brote das flores que não nasceram as essências que não tiveram.
No fundo.
No fim.
Somos apenas isto. Bonecos num tabuleiro de xadrez
Velho, gasto e empoeirado.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Circulação

Frivolas as noites que não nos aconchegam.
Parece o sangue que escorreu um dia na parede do meu quarto
matas-me devagarinho com a tua presença.
Estas ali e não és a carne que faz de ti o meu tu.
Estas ali e não é comigo que te encontras.
Sai então a aúrea que me envolve a cabeça,
o pensamento dói,
escorre pelas mãos em forma de linfa misturada,
são os restos do que na nossa circulação passou,
Partilhámos aorta e quem sabe veias cavas foram nossas,
hoje apenas os capilares linfático fingem unir-nos
com estes restos, com isto que sobra da absorção
daquilo que um dia foi importante.
Que nada mais tenha eu para oferecer,
para que não mais sangue escorra nesta parede.
Que se acabem os assassinatos daquilo que nem tu nem eu
sabemos o que foi