quarta-feira, 25 de junho de 2014

Explorei os sentidos que me deste
Com luvas de cetim,
Uma mascara
E o cabelo apanhado.
Teria de ser um crime sem vitimas,
Sem testemunhas,
Sem provas.
Escondi-me na verdade da palavra que foi então assassinada.
Procurei o culpado,
Exigi a explicação da vida e da moral,
Esqueci o tempo.
Um crime como este é mais forte,
Mais duro
Devia ter a testemunha da verdade falhada
Ou a incerteza deste acto que deixei de pé.
Tento segurar-me na insegurança das marca que se foram cravando.
Nos espinhos que foram tornando duro
Pedra.
Fóssil.
Permaneci no sossego desassossegado da alma.
Escolhi dizer
Digo?
Ouviste?
É que quando o silencio encerra a rocha do ser
Temos de deixar o rio com a sua agua passar
E pelo menos fingir que no fim...
Só no fim, o espírito sairá lavado.

Sente-se a brisa de cada pedaço que não passou
No toque cruel do vento que não sabemos sentir quieto.
Levanta-se a quietude do nervosismo da alma,
E,
Num segundo se perde o medo.
Aquele que ganhamos por querer ter um acto de coragem consentido.
Fugimos a sete pés,
Com esse infame vento debaixo das asas
Que ora nos Vaz avançar
Ora cria um recuo que não temos força para controlar.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A sombra que acalenta as árvores
Que se mistura com a brisa das gotas desta chuva tépida que cai de um céu cinzento escuro,
Como a alma daqueles que fazem por buscar caminho
É a viagem, acompanhada pelo gesto doce do anoitecer
Pelos sons quentes, de um verão que tarda em chegar
Pelos silêncios despidos que cortam as nuvens
Num clarão azul eléctrico de vontade...
De encontro.