quarta-feira, 25 de junho de 2014

Explorei os sentidos que me deste
Com luvas de cetim,
Uma mascara
E o cabelo apanhado.
Teria de ser um crime sem vitimas,
Sem testemunhas,
Sem provas.
Escondi-me na verdade da palavra que foi então assassinada.
Procurei o culpado,
Exigi a explicação da vida e da moral,
Esqueci o tempo.
Um crime como este é mais forte,
Mais duro
Devia ter a testemunha da verdade falhada
Ou a incerteza deste acto que deixei de pé.
Tento segurar-me na insegurança das marca que se foram cravando.
Nos espinhos que foram tornando duro
Pedra.
Fóssil.
Permaneci no sossego desassossegado da alma.
Escolhi dizer
Digo?
Ouviste?
É que quando o silencio encerra a rocha do ser
Temos de deixar o rio com a sua agua passar
E pelo menos fingir que no fim...
Só no fim, o espírito sairá lavado.

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