sexta-feira, 11 de julho de 2014

Há corvos atrás da minha casa

Há corvos atrás da minha casa
E eles grasnam à lua cinzenta
Que é apagada pelo sol que nasce.
Há corvos atrás da minha casa
E a putrefacção passa-lhes por cima
Da cabeça de penas pretas
Onde aguardam o momento de se alimentarem...
De escuridão.
Eles sabem que nem o alento
Nem o desassossego
Muda a divina conveniência da cadeia alimentar
Há corvos atrás da minha casa
E eles esperam
Grasnando na paz que me desola o espírito.
Há corvos. Há corvos
E eles não largam
Ou não deixam largar
Pois o saber fétido da desamargura
É o que mais lhes faz sentido.
Ali estão,
A espera...
Do momento certo
E apenas desse para quando
A capacidade de transformar a carne em espírito nos afogue
E aí sim
A atacam sem dó nem piedade.
Depois ficam as penas
Pretas d e escuridão para nos fazer lembrar de que um dia ali estiveram.
Há espaço atrás da minha casa
Os corvos?!
Nem vê-los...

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