quinta-feira, 25 de junho de 2009

Converça de eus.


-Quem és tu?
-Não sei. Mas sei quem fui.
-Isso não me interessa. Quero saber quem és tu, agora.
-Eu não te posso ajudar então.
-Diz-me lá quem és...
-Mas eu não consigo lembrar-me.
-Então mas... Tu lembras-te de quem foste e não sabes quem és?
-Sim... Ó, não irias perceber.
-Podes sempre tentar. Assim nunca saberás se vou ou não perceber.
-Eu sei que fui feliz, livre, contente, divertida, sorridente. Agora apenas sei que sou a Mónica.
-Então já sabes que és a Mónica.
-Sim, eu sei que sou a Mónica, mas não sei se isso basta.
-Claro que basta!
-Mas se ser a Mónica não for suficiente? ou se for demais?
-Calma, pensas demais nas coisas.
-Eu sei que penso, mas não consigo evitar. E cada vez mais acho que ser a Mónica é pouco.
-É pouco? Mas é pouco porquê?
-Não sei. Sinto-me pequenina, insignificante, desnecessaria.
-Ó não sejas parva. As pessoas não tem de precisar sempre de ti.
-Eu sei, não quero que precisem sempre. Mas tambem agora, acho que nunca precisaram.
-Ai rapariga, tas a ser parva. Não recorreram a ti?
-Sim... Mas...
-Então foi porque precisaram.
-E quando for eu a precisar?
-A precisar de quem? da Mónica?
-Sim, quando for eu a precisar de mim? E se eu não me encontrar?
-Procuras mais um pouco.
-E se já tiver procurado em todo o lado?
-Olhas para trás.
-Porquê? Eu vou lá estar?
-Isso não sei, mas pode ser que descubras onde te perdeste.
-E se me tiver perdido muito longe?
-Atas um corde à cintura e voltas para trás para te ires buscar.
-E se eu nao quiser vir? Se tiver medo?
-Puxa por ti. Tens de voltar. Tu precisas de ti. Não te vais deixar sozinha, ou vais?
-Acho que já deixei.
-Estas a ser parva, não abandonas ninguem e agora vais abandonar-te a ti?
-É. Acho que sim. Acho que sou cobarde comigo.
-Deixa de ser parva. Olha lá. Até nem estas muito longe.
-Mas como é que eu lá vou? Nem tenho coragem de me olhar nos olhos.
-Vai. Respira fundo. Pegas na tua mão e trazes-te.
-Não vou conseguir.
-Acho que estas a olhar para ti. Estás à espera de quê para te ires buscar?
-Não sei. Acho que estou à espera de vir sozinha.
-Já vieste alguma vez?
-Não.
-Então vai-te buscar. Se não perdes-te mesmo.
-Mas e...
-Tenho de te dar um empurrão?
-Não. Eu vou lá, eu vou lá.
-Vai. Vai ser bom para ti. Não apareças cá sem ti.
-Sim. Eu vou buscar-me e voltamos as duas.
MM

1 comentário:

Mar disse...

Bem, eu sempre que lia uma frase pensava numa resposta e de repente lia tudo o que tinha pensado (e por ai fora).
Se calhar o mal é procurares demasiado. Nao sei Mónica, mal te conheço e nao sei da tua historia e como é que te foste perder ou como te largas.te assim.
E não és pequenina. Nem cobarde. Nem insignificante. És a Mónica, sim. E isso basta. Não é pouco. Muito pelo contrário. É bastante mas nao exagerado. Nao me consigo explicar. Fuck!
Imagina:
Eu digo:
Gosto muito de ti.
E tu respondes o mesmo, nao ligando nenhuma à frase porque já está demasiado banalisada pelos jovens de hoje em dia. Demasiado gasta. Telvez a palavra mais apagada dos textos inteiros. Mas olha, eu nao sou assim... percebes...? Nao vais acreditar porque todas as pessoas dizem sentir isso e bla bla bla "sinto-me tao sozinha no mundo e nao sei o que" (o que bueeeeeeee gente diz). Mas como eu já escrevi no meu blog: Eu sou diferente das outras pessoas.
E se digo que gosto de ti é porque gosto mesmo. Nao ando por aí banalizar a frase.
E tu pensas:
Bolas, mas esta miuda nem me conhece ja me ta a vir para aqui com frasezinhas?!
Chama-lhe um 6 sentido :P, agora a serio, eu geralmente quando gosto de uma pessoa logo é porque vale mesmo a pena. Mas quando detesto desdo inicio... hum... é muito complicado.
Mónica, tu és um maximo! Eu gosto bue de ti e do teu blog! Tas sempre com um ar feliz e contente (nao digo que muitas vezes seja forçado). Pareces invensivel.
Bem, vou acabar esta seca (para ti :P) de testamento!
Anima.te rapariga. Eu sei que sou pequenina e que a minha opiniao nao conta muito, mas eu gosto muito desta Mónica. Gosto muito de ti.Mesmo.
Beijinho enorme menina simpatica :)*